Dr. Henrique de Borba Júnior

domingo, 17 de outubro de 2010

O início do fim da IMBRA


Ao pesquisar melhor achei isso no OrtoBLOG do Léo Augusto a quem faço questão de registrar os créditos e copiar fielmente o que foi postado.
"O que a Imbra dá é prejuízo
Conforme li no Blog do Professor Fernando Schiavetto, a Imbra dá é prejuízo!

A empresa de investimento GP Investimento vendou a sua participação na Imbra pela inacreditável quantia de um dólar, isso mesmo um dólar!!.
A GP detinha 78% do capital e vendeu por um dólar para o grupo Arbeit. A empresa investiu na Imbra algo em torno de 65 milhões de dólares por ano, desde 2008.O investimento na Imbra foi desastroso.
A GP esperava a profissionalização da gestão, o que nunca ocorreu. E nos últimos anos, a Imbra viu suas dívidas crescerem, juntamente, como as reclamações sobre a qualidade de seu atendimento.


Em um excelente post, o Professor Fernando Schiavetto falou tudo o que eu penso e já escrevi, aqui e na revista digital Odonto Business. Sobre o mercado odontológico e da profissionalização administrativa dos consultórios. Todos devem ler o post.


E ele, ainda, relatou que a grande surpresa do mercado foi que nenhuma empresa ligada a odontologia ou medicina de grupo ter assumido a Imbra...

Atenção Implantodontista:
Pelo que entendi a Imbra está com um pé fora do mercado. Então, a hora é agora... "
By OrtoBLOG

A falência da IMBRA

Interessados podem ligar para (11) 3867-5750 para reaver seus prontuários.
Empresa tem uma dívida de R$ 221 milhões e pediu falência.

Milhares de clientes da Imbra, uma das maiores empresas de tratamento odontológico do país, que gastaram R$ 20 mil, R$ 30 mil por um tratamento, foram pegos de surpresa com a falência do grupo.
Diante da situação, o sentimento dessas pessoas vai da frustração à revolta. "Foram enrolando, enrolando, enrolando. Marcaram pra eu vir hoje. Chego aqui e está fechado", diz o aposentado Osvaldo de Moura. "Vim reclamar e a porta fechada, não tem ninguém aqui", reclama a cabeleireira Roseli Macedo.

Sônia Oliveira Barbosa não escondia a frustração. "Era a coisa que eu mais sonhava. Era um sonho que eu tive." "Eu só queria meus dentes, mais nada. Olha o que foi que eu ganhei: um par de algemas", dizia, revoltado, o comerciante Marcos Pereira Lacerda.

Na quarta-feira, dia 6 de outubro, a Imbra, cuja sede fica em São Paulo, declarou à Justiça possuir uma dívida que não tem como pagar, no valor de R$ 221 milhões.

No Brasil todo, 27 clínicas foram fechadas e 25 mil clientes ficaram sem explicação e com um enorme prejuízo. "Me cobraram R$ 17 mil", conta Lacerda. “R$ 12 mil. Paguei à vista, adiantado", relata Moura.

Muita gente foi à clínica na zona sul de São Paulo com consulta marcada sem saber que a Imbra tinha pedido autofalência e encontrou a porta fechada e o prédio vazio. Só nesta unidade, cerca de 1.500 pessoas ainda estão em tratamento. Muitas fizeram cirurgias delicadas na boca e precisam retirar os pontos. Outras, não viam a hora de colocar a prótese definitiva, mas, o tão sonhado sorriso novo, pode agora virar um pesadelo sem fim.

"A gerente me falou que realmente tinha falido e que era para todo mundo pegar suas coisas e ir embora", conta a funcionária Françoise Gomes Pereira.

"Devia ter umas 15 pessoas na sala de espera. Acredito que uns 6 pacientes sendo atendidos", enumera a dentista e gerente da Imbra Daniela Velho.

A maior procura dos pacientes era por implantes dentários - tratamentos muito caros, que utilizam peças de titânio para sustentar dentes artificiais que substituem aqueles que já foram perdidos.

A Imbra estava na mira do Conselho Regional de Odontologia desde 2008, por conta das propagandas agressivas.

"Convidando as pessoas para consultas gratuitas. Chegava nas clínicas, e o pessoal treinado por esses empresários e induziam os clientes a assinarem cheques pré-datados", relata o presidente do conselho em São Paulo, Emil Adib Razuk.

A propaganda atraiu a família Avelino, de Taboão da Serra, município da Grande São Paulo. "Ganhamos juntos uns R$ 3 mil. Pagamos R$ 1,2 mil de dente", conta a cuidadora de idosos Adriana de Souza Avelino.

Foram 24 cheques de R$ 1,2 mil cada para pagar um tratamento de mais de R$ 27 mil. Donizete é caminhoneiro. Extraiu cinco dentes e espera o implante de nove. Por enquanto, está com dentes provisórios.

"A clínica agiu de má fé, porque se ela sabia que não estava indo bem, como ela foi fazendo tratamento e pegando vários cheques, com vários clientes?", questiona Adriana.

"A maioria não entende que a gente não tem culpa. Eles acham que a gente já sabia e não avisou nada. Fomos pegos de surpresa, até mais que os clientes, porque esperávamos que tudo isso ia normalizar", desabafa a funcionária Letícia Contreras.

Uma semana antes de pedir falência, a diretoria da Imbra comunicou por e-mail aos dois mil funcionários que não pagaria o salário - era o terceiro mês seguido de atraso nos pagamentos. Em casos de falência, a Justiça determina o leilão dos bens da empresa para pagar primeiramente as dívidas trabalhistas.

"Credores trabalhistas estão na ordem de preferência em primeiro lugar”, avisa Luiz Antonio Miretti, advogado especialista em falências.

A dívida com os clientes só será saldada caso sobre dinheiro. "Existe a possibilidade de o consumidor não conseguir reaver esse valor pago a Imbra", alerta Maíra Feltin Alves, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

O paciente que se sentir prejudicado deve recorrer à Justiça.

"De 2006 até hoje paguei de R$ 26 mil a R$ 30 mil para tentar recuperar os dentes”, fala a dona de casa Sumiê Suzuki. A dona de casa não aceita o prejuízo. Em busca de uma resposta, ela liga para o dentista que fez o tratamento na Imbra:

Sumiê: - Poxa, eu paguei valor de R$ 30 mil, doutor.
Dentista: - A senhora já tinha pago, né?
Sumiê: - Já paguei tudo!
Dentista: - Ai meu deus!

A dentista e gerente da Imbra Mariana Terreri relata que boa parte dos pacientes está com o tratamento pela metade. "Risco tem. De vida, não. Mas de perder o implante, de perder a prótese, da prótese não ficar boa", admite.

A Imbra foi comprada há apenas quatro meses pela empresa Arbeit. “A Imbra não deu um golpe nos pacientes. Quando nossos clientes tomaram posse na empresa, encontraram uma quebra de caixa de mais de R$ 100 milhões", diz o advogado Esper Chacur Filho, representante da Arbeit.

O grupo GP, antigo dono da Imbra, respondeu por meio de nota que o novo comprador teve tempo suficiente para avaliar a situação da Imbra e que durante a sua gestão atendeu os pacientes sem atraso e pagou os funcionários em dia.

A Imbra colocou o telefone (11) 3867-5750 à disposição dos pacientes que quiserem retirar seus prontuários nas clínicas. Segundo o advogado, a Imbra também encaminhou ao juiz mais de R$ 8 milhões em cheques pré-datados de seus clientes, que não serão descontados.

Quem quiser concluir o tratamento, terá que gastar ainda mais. "Eles vão ter que procurar outras empresas odontológicas, outros dentistas que possam vir a atendê-los", fala o advogado Chacur Filho.

"Eu deixei de fazer coisas que eu falei: não, nesse ano, prioridade é o dente", diz Adriana Avelino. "No fim, nós caímos num conto”, lamenta Sumiê Suzuki.

Imbra, sorrisos viraram pesadelos

O que você acha de se dirigir a uma empresa que vende sorriso? Assim era a Imbra, anunciada como o maior centro de reabilitação odontológica, e que prometia sorrisos belos e a preços acessíveis a todos. E muito dinheiro foi gasto com o desfile de apresentadores, atores e gente famosa que embolsaram grana fácil vendendo as maravilhas da Imbra como sinônimo de sorrisos bonitos, competência técnica e facilidade de pagamentos.

A propósito, quem acessar o YouTube e pesquisar por “Imbra propaganda” verá um vasto e cintilante espetáculo publicitário, com direito a conhecer o estrelato bem pago para promover a fantástica fabrica de sorrisos.

Só que, como os sorrisos não são para sempre – nem para todos, muito menos para mais de 25 mil candidatos aos belos e facilitados implantes da Imbra, que vão ter de adiar a alegria paga à vista ou em salgadas prestações em razão da falência da empresa.

Fonte: G1 e Jornal da Tarde

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A fé moveu montanhas


A madruga desta quarta-feira, dia 13 de outubro de 2010, entra para a história da humanidade como a data na qual o ditado “a fé move montanhas” se materializou. Como disse o presidente do Chile, Sebastián Piñera, “a fé moveu montanhas” e os trinta e três mineiros presos a mais de dois meses a cerca de 700 metros de profundidade do solo, na mina de San José, no Chile, começaram a ser resgatados. Este ditado é baseado em trechos bíblicos de Marcos 11:23 e Mateus 17:20 e serve para ilustrar que tendo-se fé, coisas grandiosas podem acontecer, como até mesmo uma montanha deslocar-se para dar passagem. No caso da Mina de San José, embora não tendo havido o deslocamento propriamente dito de uma montanha, houve a abertura de um túnel de 622 metros terra abaixo, em uma missão que envolveu muita técnica, tecnologia, paciência, dedicação e, acima de tudo, fé e esperança, pois além da grande distância que separava os mineiros da superfície do solo, foi necessário a perfuração de rochas para o túnel alcançar aqueles homens confinados nas profundezas da terra. Pergunto-me se a fé e a esperança daqueles mineiros seria do mesmo tipo daquela que sentimos nós? Ou terão eles, em seus sessenta e nove dias de isolamento, desenvolvimento outro tipo de fé e de esperança, mais forte e mais plausível? Ou será a fé e esperança deles daquele tipo experimentado por homens e mulheres desenganados a quem nada mais resta se não agarrar-se, com as duas mãos, a crença de que tudo é possível e de que até mesmo milagres podem acontecer? Alberto Caeiro, personagem, dentre tantos, das expressões poéticas de Fernando Pessoa, é um pastor de pensamentos que não acredita em Deus. Declara nunca Tê-lo visto: “Não acredito em Deus porque nunca o vi. Se ele quisesse que eu acreditasse nele, Sem dúvida que viria falar comigo E entraria pela minha porta dentro Dizendo-me, Aqui estou!”. Se Caeiro experimentasse o espírito de comunhão, esperança e comoção da humanidade toda que reza por aqueles mineiros enterrados vivos, não ousaria a duvidar da existência de Deus. Aliás, o próprio Caeiro revela que gostaria de crer Nele: “Quando os relâmpagos sacudiam o ar [...] Pus-me a rezar a Santa Bárbara Como se eu fosse a velha tia de alguém.[...] Sentia-me alguém que possa acreditar em Santa Bárbara.... Ah, poder crer em Santa Bárbara!”. Poderia o homem, sozinho e em sua finitude, ter força suficiente para mover montanhas? Que a esperança dá força todos sabemos. E crer em esperança já é crer em Deus, por principiar e eternizar, pois esperança é sinônimo de perspectiva, probabilidade, promessa. Até mesmo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, manifestou, terça-feira, sua esperança do pleno sucesso do resgate dos trinta e três mineiros presos sob a terra no Chile. "Nossos pensamentos e orações acompanham os mineiros, suas famílias e os valentes homens e mulheres que têm trabalhado arduamente para seu resgate. Rezamos para que, com a graça de Deus, os mineiros possam sair a salvo e voltar rapidamente para suas famílias", disse Obama na Casa Branca. Naquele abismo de escuridão, mesmo longe do céu, os mineiros não desacreditaram na salvação. Talvez, tenham até recordado que o número de mineiros soterrados (trinta e três) é místico, pois representa, entre outros simbolismos, a idade de Cristo, filho de Deus. Não há como afastar a fé dos homens, como instrumento a possibilitar a materialização da razão. Mas como será que rezam os que não tem fé? Assim como Caeiro, imagino ser difícil alguém realmente desacreditar na existência divina. Surpreende sim, é ver a montanha ser movida, ou a rocha sendo derrubada. Até o encerramento deste texto, dezoito mineiros foram resgatados (todos os 33 foram salvos). Continuo orarando para que, com a graça de Deus, todos os mineiros encontrem a luz.

texto do meu amigo de infância e colega de aula Valtencir Kubaszwski Gama (advogado e escritor)

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